Era mais um cara, entre outros muitos. Não era muito bonito, de fato. Não era popular e nem tinha muitas meninas ao seus pés. Era indiferente na vida dela. Se conheceram. Não diria que foi amor a primeira vista, mas certamente havia uma atração, nada fraca por sinal.Foi passando o tempo e o sentimento foi aumentando. Já estavam envolvidos, até que houve o primeiro beijo. Conforme os dias se passavam, ela gostava mais.
Ela amou. Amou como nunca havia amado, amou como
nunca deveria ter amado. Se entregou. Se deixou levar pelo encanto, cedeu sua alma.
Já era! Havia cometido seu maior erro, estava cega, estava errada. Como deixou isso acontecer? O ponteiro do relógio girava, e ela suspirava. Não precisava de muito, ele dava a ela carinho, a elogiava, a encantava.
Táticas banais! Mas ela gostava, ela vivia intensamente.
Ele se calou. Ela sentiu que havia algo errado, mas como disse, já estava cega. E um cego muitas vezes prefere ao que tem como apoio do que sentir-se solitário a cada passo, com medo do que pode vir a frente. Ele aproveitava, fazia de tudo. Ela o escrevia, as
mais doces palavras, as
mais bonitas declarações, e, que por sua vez, essas sustentavam suas angústias.
Estava ela vivendo uma mentira? Estava ele a enganando ou será que ela se enganava?
Ambos. Coração de pedra e coração quebrado. Ele passava por tudo que fosse preciso pra seu próprio bem. Ela recolhia os pedaços de seu coração em tentativa de trazê-lo de volta. Ela chorou. Passou noites em claro pedindo à Deus que lhe devolvesse a razão da sua felicidade,
implorava ter o amor dele, uma vez mais.

Ela dormia. E todas as vezes em que acordava, desejava dormir novamente. Ele? Ria das coisas que ela lhe escrevia, seu sentimento havia virado motivo de piada para ele e seus amigos. E trancada em seu quarto ela questionava o que tinha acontecido, o que estava acontecendo e o que deveria acontecer. Perdeu dias. Apareceram outros, mas ela não queria.
Tinha esperança!
Sua esperança estava morrendo, era quase difícil de se notar. Pediu à Deus novamente, mas desta vez, não pediu para que o amor dele retornasse. Pediu para que ele fosse feliz e que ela pudesse esquecer dele, enfim. Disse que isso a
matava por dentro e que ela já não podia aguentar. Implorou para tê-lo longe, pois já não tinha forças para lutar. Como pôde chegar a esse ponto?
Acabou. Deus a o viu e fez como o pedido. Ela havia o esquecido. Ele notou, mas calou por pensar que ela não teria coragem de dispensá-lo. Com o coração na mão,
ela se despediu. Guardou consigo um carinho, mesmo não devendo. Ele não entendeu, ele a quis de volta. Ele soube a partir daquele momento, que não a teria mais, ele a havia perdido para sempre. Tentou voltar atrás,
era tarde.
E isso aconteceu com ela, poderá acontecer denovo e acontece com milhares de pessoas em todo o mundo. Corações são despedaçados em todos os segundos. Esperanças são perdidas, sentimentos destruídos. Compaixão? Nem todos têm. Ela superou, mas com certeza levará isso com ela.
Mari contou.