
Ele se calou. Ela sentiu que havia algo errado, mas como disse, já estava cega. E um cego muitas vezes prefere ao que tem como apoio do que sentir-se solitário a cada passo, com medo do que pode vir a frente. Ele aproveitava, fazia de tudo. Ela o escrevia, as mais doces palavras, as mais bonitas declarações, e, que por sua vez, essas sustentavam suas angústias.
Estava ela vivendo uma mentira? Estava ele a enganando ou será que ela se enganava? Ambos. Coração de pedra e coração quebrado. Ele passava por tudo que fosse preciso pra seu próprio bem. Ela recolhia os pedaços de seu coração em tentativa de trazê-lo de volta. Ela chorou. Passou noites em claro pedindo à Deus que lhe devolvesse a razão da sua felicidade, implorava ter o amor dele, uma vez mais.

Sua esperança estava morrendo, era quase difícil de se notar. Pediu à Deus novamente, mas desta vez, não pediu para que o amor dele retornasse. Pediu para que ele fosse feliz e que ela pudesse esquecer dele, enfim. Disse que isso a matava por dentro e que ela já não podia aguentar. Implorou para tê-lo longe, pois já não tinha forças para lutar. Como pôde chegar a esse ponto?
Acabou. Deus a o viu e fez como o pedido. Ela havia o esquecido. Ele notou, mas calou por pensar que ela não teria coragem de dispensá-lo. Com o coração na mão, ela se despediu. Guardou consigo um carinho, mesmo não devendo. Ele não entendeu, ele a quis de volta. Ele soube a partir daquele momento, que não a teria mais, ele a havia perdido para sempre. Tentou voltar atrás, era tarde.
E isso aconteceu com ela, poderá acontecer denovo e acontece com milhares de pessoas em todo o mundo. Corações são despedaçados em todos os segundos. Esperanças são perdidas, sentimentos destruídos. Compaixão? Nem todos têm. Ela superou, mas com certeza levará isso com ela.
Mari contou.